avec noblesse

Os cactos têm uma nobreza qualquer.

Começou cedo esse seu fascínio quando, de pequeno, ía com o pai regar as plantas a casa dos avós que, entretanto, tinham ido de férias e só voltavam - normalmente - um mês depois.

Foi um ritual que lhe ficou na memória e nos braços frágeis que derramavam o regador pelo chão da marquise.

Na abundância de flores previamente colocadas em posições chave - dados os caprichos do sol e delas - os cactos. Uma vasta colecção de cactos imperturbáveis e sem necessidade de qualquer borrifadela, adubo, ou qualquer outro socorro.

Foi aí que percebeu, que de todas as plantas, os cactos são os cães, os cavalos vá... têm qualquer coisa diferente das outras... ainda que não tenham.

Hoje, passada uma vintena de anos, estima alguns dessa altura nos beirais das janelas da casa que agora é sua. Juntou-lhe outros, foram-lhe oferecendo muitos mais. Às vezes coloca os cactos na mesa e recua no tempo.

E de cada vez que os rega cumprimenta-os picando-se neles.

Os cactos têm uma nobreza qualquer

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